Tirantes



Tirante é um dispositivo capaz de transmitir esforços de tração aplicáveis a uma região resistente do terreno, através do bulbo. O esforço de tração aplicado na cabeça do tirante é transferido para o bulbo através do trecho livre.



Os Tirantes podem ser: provisórios, com prazo previsto de utilização inferior a dois anos (a partir da sua instalação) e permanente, com prazo de utilização superior a dois anos.

Os Tirantes são compostos por:

• Cabeça: que é a parte que suporta a estrutura (componentes principais: placa de apoio, cunha de grau bloco de ancoragem e clavete);



• Trecho Livre: transfere o esforço de tração aplicado na cabeça do Tirante para o bulbo (trecho ancorado). Nele o aço deve ser isolado da calda de injeção;



• Trecho ancorado: transfere o esforço de tração do Tirante para o terreno. Nesse trecho o aço é envolvido pela calda de injeção (aglutinante).




A Geofix realiza Tirantes com capacidade de até 150tf.

Vantagens


Permite a escavação da obra à céu aberto

 




MÉTODO EXECUTIVO E CUIDADOS NA EXECUÇÃO




Na Execução do Tirante destacam-se as seguintes fases:


Antes da perfuração de um tirante devemos analisar os seguintes aspectos:

   • Locação do furo;
   • Nivelamento do terreno para posicionamento da perfuratriz;
   • Locação de possíveis interferências atrás da cortina, bem como suas remoções (ou desvios);
   • Verificação da estanqueidade da rede de alimentação de água para o processo;
   • Providências de drenagem, coleta e remoção da água utilizada no processo.

A perfuração é executada com uma perfuratriz, de acordo com a inclinação e comprimento definidos em projeto. Esse processo é realizado por lavagem (com água), com a utilização de revestimento.

No caso de perfuração em rocha, necessita-se de compressor de ar para utilização de martelo de fundo (com bits). Ao final da perfuração, deve ser feita uma limpeza do seu interior para eliminação dos detritos.




Após concluída a limpeza do furo, instala-se o tirante propriamente dito. Isto será feito manualmente. Tal operação será feita sob supervisão do encarregado dessa atividade e a introdução deverá ser lenta e cuidadosa, para evitar qualquer dano ao tirante por flexão excessiva ou atrito contra as paredes do revestimento ou do furo. Os cuidados necessários são: não ferir a proteção anticorrosiva, não deslocar acessórios (válvulas e espaçadores) e posicionar a cabeça na altura correta do projeto.




Imediatamente após a instalação do tirante no interior do furo inicia-se a primeira fase de injeção (bainha), que consistirá no preenchimento do furo com calda de cimento, sem desenvolvimento de pressão. Tal fase de injeção iniciar-se-á com a introdução de uma coluna de hastes com obturador simples, no interior dos tubos de injeção do tirante.

O obturador é alojado ligeiramente acima da válvula mais profunda do tirante, e através da mesma far-se-á circular água para remoção de eventuais detritos. Em seguida passa-se à injeção de calda de cimento, até que a mesma verta através da boca do furo. Decorrido um intervalo de tempo não superior à duas horas, far-se-á limpeza do interior do tubo de injeção do tirante. Mediante introdução de uma coluna pela qual se fará circular água até que se complete a remoção do cimento alojado no interior do mesmo.

Observado um intervalo de tempo mínimo da ordem de dez a doze horas após a execução da bainha, inicia-se a fase de injeção com pressão controlada, conhecida como injeção primária.


Para aplicação da injeção primária se fará a introdução de uma coluna de hastes dotada de obturador duplo, no interior do tubo de injeção e iniciar-se-á a injeção a partir da válvula mais profunda. A injeção primária exige inicialmente a ruptura da bainha.

A pressão necessária para esta ruptura depende fundamentalmente da resistência à compressão simples de cada bainha e sua espessura. Uma vez rompido esse anel, a pressão manométrica em geral cai para um valor que depende da compacidade ou da consistência do solo ao redor.

Os volumes e pressões de injeção serão aqueles que garantam a perfeita ancoragem do trecho fixo do tirante ao terreno local.

Para os casos em que as pressões de injeção de determinadas válvulas não alcancem valores considerados satisfatórios, haverá necessidade de aplicação das fases subseqüentes (secundária e eventualmente terciária), até que se consigam pressões adequadas de injeção.

A defasagem de tempo entre etapas consecutivas de injeção será da ordem de dez a doze horas. Ao final de cada fase de injeção sempre deverá ser feita a limpeza dos tubos de injeção dos tirantes, de forma análoga à descrita para a injeção da bainha, objetivando sempre permitir uma nova fase de injeção.

Os critérios terão por base as características do solo onde se está instalando o tirante.

Para o desenvolvimento da atividade de injeção serão empregados conjuntos misturadores - agitadores de alta turbulência. Essas unidades terão dispositivos para filtragem da calda, controles da dosagem e do volume injetado. Tais conjuntos farão a alimentação das bombas de injeção de alta pressão, com capacidade de injeção de até 60 litros por minuto e dotados de dispositivos de controle de pressões dentro da faixa de 0 a 100 kgf/cm2.

A calda será obtida por uma simples mistura de água e cimento Portland CP-II-E classe 32, na proporção a/c-0,5.


De acordo com a Norma Brasileira (NBR 5629), todos os tirantes, de uma obra devem ser submetidos a ensaios de protensão.

Para tensionamento e cravação dos tirantes serão utilizados conjuntos de protensão com bomba e macaco de acionamento hidráulico e com capacidades para atingir, com folga as cargas limites de ensaio.

A protensão dos tirantes observará um prazo mínimo de cura da última fase de injeção. Para controle das deformações serão instalados referenciais independentes fora da área de influência da protensão.

Os ensaios, seus estágios e tempos de estabilização, a monitoração dos deslocamentos e apresentação dos informes e gráficos, etc., serão desenvolvidos observando as prescrições da NBR-5629, inclusive quanto aos estágios de carga por essa Norma estipulados (tirante provisório ou definitivo).


Os dados das cargas aplicadas e as deformações observadas em cada estágio, serão anotados em boletins apropriados e serão confeccionados gráficos de carga x deslocamento elástico e plástico, conforme Norma NBR-5629.

Quando os tirantes forem inclinados em relação à parede que deverá suportar, haverá necessidade de se aplicar uma cunha de grau que os mesmos trabalhem exclusivamente à tração sem risco de flexão;

As cunhas de grau são constituídas por chapas de aço e terão espessuras e dimensões tais que sejam capazes de resistir aos esforços previstos para os ensaios de protensão e que também não causem puncionamento na estrutura que lhe dá suporte.





A incorporação do tirante à estrutura somente pode ser procedida de forma definitiva após a constatação do bom desempenho do mesmo através do ensaio de recebimento.

A incorporação será feita através do encunhamento final dos fios ou das cordoalhas devidamente tensionadas, junto ao aparelho de apoio da cabeça do tirante. Dessa forma a carga aplicada pelo macaco se transferirá definitivamente para a estrutura a escoar.














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